E para acabar...

Capítulo 9
Simples e bonito

97. Ó filha, anda cá dar um beijinho ao trolha.

Capítulo 10
Quando a canção falha

A rejeição é o pior dos inimigos. O estômago revolve-se e vem ao de cima um sentimento de angústia e
desagrado. O balde de água fria da ribeira que explode como uma pequena bomba de cariz nuclear.
Nesses instantes de loucura soltam-se palavras amargas de vingança e olhares frios de desdém.
98. Ai não queres? Eu vi logo, gorda como estás é porque não suas muito.
99. Mau? Mau o quê? Disse algum disparate ou chupas aqui mesmo?
100. És mesmo esguia, pareces uma sereia: metade mulher, metade baleia.
101. Ó filha, com menos cu também se caga.
102. Ó filha, se o teu cu fosse uma torrada, precisava de um remo para o barrar.
103. Também só queria saber o teu nome para quando me masturbar saber em quem estou a pensar.
104. Ó filha, só não sou teu pai por quinhentos paus.
105. Ó filha, com esse atrelado só com carta de pesados.
Nota final.
Apenas uma breve nota, que me permito ser algo controversa. Parece-me a mim, mais a nível pessoal
do que propriamente como linguísta e historiador, que apesar de estarmos perante a corrente poética
que mais expressão tem no nosso país, a única capaz de gerar novos poetas a cada dia que passa, com
tertúlias diárias de declamação em todo o país, e quiçá, com mais obras na rua que qualquer outra
forma de poesia, o público em geral e sobretudo os críticos não lhe sabem dar o merecido valor. Pelo
contrário. É cada vez mais forte a voz que se opõe às manifestações públicas destes poetas de andaime.
Espero que este livro sirva para mudar um pouco a nossa postura geral em relação a estes artistas e
despeço-me com este pedido – deixem declamar o Mantorras.
“Uma obra literária
profundamente fundamental na conjuntura
socio-cultural do equinócio português.”
Um entendido nestas coisas
“O melhor livro de casa-de-banho
da última década.”
Um jornal com críticos muito importantes
“Para os trabalhadores da construção civil?
Já dei, já dei.”
Pessoa que estava na Rua Augusta
“Ir mandar cópia mãe na ukrania.”
Yuri

1 comentário:

Nuno B. disse...

Tenho o Memorial do Convento ... capitulo a capitulo ... pronto a publicar ... na integra!

Se alguém voltar a postar uma porcaria destas ... chamem-me SADAM ... porque os efeitos secundários do M.Convento são bem piores que os que resultaram dos ataques do Ali ao Curdistão!