Uma história linda de encantar.

Quarta-feira, 5 de Outubro, feriado, dia para pedalar.
Acordei tarde e ás 9 estava a sair de casa (se fosse o cimento a malta esperava) para dar uma volta solitária pela Trofa. Estava eu na décima quinta volta á rotunda do Catulo, quando passam dois amigos que me convidaram para ir pedalar com eles:
-Para que rotunda ides? - perguntei eu.
-Hoje não vamos fazer rotundas, vamos fazer uma coisa nova, anda dai! - dizem.
-Deixai-me dar só mais uma volta à rotunda e vou convosco! - pedi eu.

Abusei da confiança e dei mais duas. Não havia muito trânsito, a fila não passava da ponte do Rio Ave!
Seguimos em direcção a Santo Tirso (um dos vértices do Triângulo da Merda - Famalicão, Trofa, St Tirso), e antes de chegarmos ao nó da auto-estrada, cortamos á direita e entramos em trilhos de montanha em direcção a Covelas. Em todas as subidas era o primeiro a chegar e pensava, - "Assim não me perco! Já com outros..."
Quando chegámos a Covelas um deles disse:
-Ó Calheiros, nós costumamos parar aqui em Covelas, para um reforço.
-Boa, ás vezes passo aqui com uma malta e fazemos o reforço no cafe S. Gonçalo! - disse eu, mas sem mencionar o nome da malta, com vergonha.

Mais umas pedaladas e dizem:
-É aqui que vamos parar, em frente á capela!
E eu pensei para mim mesmo, - "Não sabia que havia uma tasca em frente à capela! Estou ansioso por uma mini!"

Estacionamos as bicicletas em frente à escadaria, sentam-se em cima do muro e sacam de barras e bebidas energéticas!
-Queres uma? - pergunta um deles.
Eu aceitei. Fechei os olhos e tentei imaginar que estava a trincar um rojão, rodeado por uma quadrilha de nabos, que raramente falam bem e fluentemente dizem merda. Pela primeira vez bateu uma saudade, bastante moderada, mesmo muito pouca, dos meus Azeitólas! Até dos velhinhos, mas destes quase nada!
Aquela manhã que parecia mais uma, revelou uma lição, OU NASCES PARA ISTO, OU NASCES PARA AQUILO! OU NEM UMA COISA, NEM OUTRA!

P:S. - Schuss, és o maior! Não me tires do Berloque Holmes.