Poesia de andaime

Capítulo 1
A rima rica

Os primeiros dados à nossa disposição sobre o surgimento da rima na poesia ocidental remontam a
origens semíticas que segundo Paul Klopsch podem ser datadas de 250 d.C. aproximadamente. Já
Comodiano de Gaza, poeta cristão do século III, compunha as suas obras em hexâmetros, não imitando
os padrões clássicos de acentuação quantitativa. A poesia cristã, com o seu objectivo primordial
didático-encomiástico, servia-se então do latim para a expressão de “boas novas” com um novo
artifício de expressão estética para os ditos poéticos.
Recorrendo então a uma das figuras de estilo mais enraizadas nas obras poéticas, a rima, pedreiros,
marceneiros, trolhas e carpinteiros deambulam pelos versos desta vida com declarações de desejo e
paixão.
1. Ó flôr dá para pôr?
2. Ó musa dás-me tusa.
3. Ó bomboca, mostra a toca?
4. Ó doce, era onde fosse.
5. Ó beleza, deixas-ma tesa.
6. Ó boneca, vai uma queca?

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